sábado passado eu resolvi voltar a fazer pancadão cinematográfico (3 sessões de filmes seguidas), e o primeiro desta saga foi o A Fita Azul.
eu tinha visto o trailer e achei que o plot tinha uma grande chance de ser ou muito bom ou muito ruim, motivo suficiente para me levar ao cinema (essa audácia nos roteiros tem me rendido filmes interessantíssimos, como o melhor que vi ano passado, Branca de Neve, do Pablo Berger).
eu estava preparada para, pela segunda vez na vida, assistir à sessão completamente sozinha (a primeira foi ao ver o brasileiro Corda Bamba, também ano passado, também num pancadão triplo), mas um pai e sua filha de uns 11 anos (!!!) entraram, pouco antes da sessão começar.
o filme conta a história de Rachel, filha de um pastor de religião não nominada mas bastante conservadora, cuja família mora no interior de Utah, numa espécie de comunidade quase autossuficiente e avessa à tecnologia (numa vibe bem amish).
ela tem 15 anos e é completamente inocente, acreditando piamente em tudo o que lhe é dito (mas tem, dentro de si, dúvidas e inquietações que a impedem de uma mera ovelha).
na noite do seu aniversário, ela ouve, clandestinamente, a uma fita sem identificação (a famigerada fita azul). foi a primeira vez que ela ouviu rock, e ela comparou a sensação que aquilo lhe trouxe a uma espécie de arrebatamento.
e ela engravidou. da fita. como se o objeto fosse o próprio Espírito Santo.
quando a família descobriu que ela estava grávida, arranjou um casamento com um avulso qualquer, e Rachel fugiu, em busca do cantor da música que "a engravidou", aquele que ela acreditava que era pai do filho que carregava.
a leveza com que ela foi, aos poucos, descobrindo o mundo (ou não) me lembrou um pouco as histórias que Oliver Sacks escreve sobre seus pacientes, como a cena antológica do cego que fez uma cirurgia para voltar a enxergar e teve que ser apresentado a uma maçã (que ele só reconheceu após fechar os olhos) -- adaptada para o cinema no À Primeira Vista.
mas, o mais interessante (e aterrorizante) no filme, para mim, foi perceber o quanto as pessoas podem ser ingênuas e crédulas.
fiquei com vontade de ver, ó!
ResponderExcluirps. tu devia ficar mandando pro tends... tsc tsc.
ah, beibe...
Excluirbem que eu queria continuar mandando pra lá, e o melhor, discutir sobre esse e outros assuntos, mas ainda tá muito complicado me adaptar ao tempo do trabalho e dos estudos (além de ter uma vida, néa?)
mas nada impede que vocês também comentem por aqui :)
beijão e veja o filme, é estranho, mas é bem divertido!
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