sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

C12 - Ela

esse o foi último que vi no pancadão do final de semana passado, e, a despeito dos outros, que foram grandes produções (Clube de Compras Dallas e 12 Anos de Solidão) foi o que mais me marcou.

sou aficionada por distopias (futuros sombrios, porém possíveis) e, ainda que Ela possa ser considerada uma distopia sutil (por não conter fortemente governos autoritários), a opressão tecnológica e social está bastante presente.

Theodore é um cara solitário. recém-divorciado, ele evita o contato humano durante quase toda a sua rotina de ida e volta do trabalho. salvo um casal amigo e o recepcionista do trabalho, ele praticamente não conversa com ninguém.

de início, pode parecer que ele é mais um dos muitos misantropos que apareceram nos últimos filmes que vi, mas Theodore quer ter alguém (talvez por isso ele não consiga superar o fim do seu casamento e relute tanto em assinar o divórcio), só é tímido e desajeitado demais para sair do casulo.

um dia, voltando do trabalho, ele vê que lançaram um novo sistema operacional (quase um tamagotchi que conversa com o dono) e resolve comprar um. e é assim que Theodore conhece "Samantha" (voz da Scarlett Johansson), o sistema formulado para ele, após responder a algumas perguntas.

o sistema começa a evoluir enquanto conversa com ele, e acabam ficando íntimos -- íntimos MESMO! --, ao ponto de Theodore assumir publicamente que está em um relacionamento (sexual, inclusive) com Samantha, e de levá-la a um double date (o outro casal era de 2 pessoas).

o que mexeu comigo foi ver que muitas pessoas começaram a se relacionar desta forma, tudo visto com muita naturalidade, por grande parte da sociedade. me apavora ter a consciência de que estamos nos encaminhando para isso. enquanto muitos passavam nas ruas, conversando animadamente com os seus sistemas operacionais, eu só me lembrava da imagem abaixo:

"flagrada pessoa observando o mundo"
e eu percebi que não quero deixar de observar o mundo. eu gosto de ser surpreendida pelas coisas que pulam na minha cabeça quando estou andando na rua... não subestimo a capacidade do computador, mas ele ainda não pode pensar por mim -- e mesmo que venha a poder, eu ainda prefiro todo o redemoinho caótico da minha mente.

talvez esse filme tenha sido o estopim para me fazer ver o que há muito já era óbvio e recorrente, mas que eu ainda não havia tomado consciência: não consigo mais conviver com o facebook -- ele me toma tempo demais e me dá retorno de menos.

o que me manteve na rede, por muito tempo, foi o contato com algumas pessoas em especial, apenas por lá. mas finalmente entendi que isso foi uma desculpa para me manter preguiçosamente onde estava. amizade não depende disso (se depender, não é amizade). vou tentar fazer uso de novas tecnologias, como telefone ou até encontro presencial -- espero que funcione!

ou seja: vou experimentar dar um ou dois passos pra trás, pra tentar me encontrar -- ou me perder de vez :P

C11 - 12 Anos de Escravidão

o filme adapta a história real de Solomon Northup, um negro livre, alfabetizado, violinista, casado e pai de 2 filhos, reconhecido e respeitado em NY.

mas ele é vítima de um sequestro -- na época em que se passa o filme, nem todos os estados americanos haviam abolido a escravidão, e muitos negros livres eram sequestrados e vendidos para fazendas em locais onde a escravidão ainda era lei.

Solomon tentava não se render ao desespero ou à situação (cada vez pior) a que era imposto, com o passar do tempo. ele teve que aprender a lidar com as situações e demonstrou que a violência mental à qual era submetido era ainda maior que o cárcere e a violência física. em alguns momentos, ele quase paralisou, pra tentar manter a esperança de conseguir se livrar do seu jugo.

o filme é forte e atemporal, e os absurdos mostrados, que não se justificam, servem de alerta para o que ainda acontece. recentemente, uma australiana foi presa em brasólia, por racismo. teve o caso do rapaz que foi amarrado em um pelourinho e espancado.

esse povo come cocô? em que mundo isso faz algum sentido?


C10 - Clube de Compras Dallas

fui assistir a este filme extremamente curiosa, especialmente pela boa crítica recebida pelo Matthew McConaughey, como ator principal -- admito ter um certo preconceito com ele, por conta das suas escolhas exóticas de papéis, mas tenho muito carinho pelas suas participações em Tempo de Matar, Contato e EdTV.

mexem muito comigo filmes que tratam de se estar consciente de que se tem os dias contados, principalmente porque é algo que eu não faço ideia de como reagiria, se fosse comigo.

Ron (personagem de Matthew) descobriu que estava com AIDS (a doença já havia se manifestado) em 1985, época em que era considerada uma espécie de "peste gay".

Ron, texano, hétero e homofóbico, usou 1 dos 30 dias que o médico que o diagnosticou lhe deu de vida em negação. os outros ele usou para lutar, não aceitando seu vaticínio com resignação. e foi assim que ele pulou do alto do penhasco metafórico, rumo ao tempestuoso mar azul escuro, que o aguardava, impaciente.

durante a exibição, vieram-me à memória algumas tentativas da TV de prestar informações sobre a AIDS, nos anos 80. eu devia ter uns 10 anos (1988) quando uma das sitcoms populares na época (não me lembro do nome, mas acho que foi na finada Manchete) recebeu uma "visita" de um personagem soropositivo. tentaram mostrar que não havia risco de contágio por mero contato, mas tudo o que o Midas tocava ou era isolado ou era jogado fora... quanta desinformação! e quão desesperador deve ter sido para os que foram diagnosticados nesta época, onde o medo talvez fosse tão ou mais nocivo do que a própria doença!

e não dá para não trazer a temática para a vida real: conheci um rapaz que, da data do diagnóstico até ele sucumbir foram cerca de 30 dias. os amigos próximos disseram que ele não conseguiu lidar com a notícia e que "perdeu a vontade de viver".

por outro lado, trabalhei com uma menina linda e super alegre, que um dia me contou a sua história (que eu nem desconfiava): estava grávida do 2º filho quando o marido foi hospitalizado com meningite. o médico a chamou de lado, explicou-lhe que aquele tipo da doença acometia geralmente pessoas com a imunidade baixa, e ela se apavorou. fez o teste, deu positivo, começou o tratamento e o bebê nasceu sem o vírus. e o marido não sobreviveu àquela internação. da última vez que nos vimos, ela estava noiva de um cara maravilhoso, que precisou de muita paciência e persistência, para convencê-la de que a amava do jeito que ela era.

talvez por conta dessas e de tantas outras histórias, emociono-me muito com quem não se rende, com quem pode até aceitar o destino que aparece nas cartas, mas o caminho até lá é feito nos seus termos.

no caso de Ron, não se render também significou reaprender a viver. neste processo, o tipo truculento, preconceituoso e egoísta começou a perceber a existência e os problemas de outras pessoas, dando à sua vida (e à dos outros) sentido.

menção honrosa para as interpretações do Matthew McConaughey e do Jared Leto, prováveis ganhadores do Oscar de Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante, respectivamente.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

C09 - Eu e Você

domingo passado resolvi aproveitar a hora que ganhei com o fim do demoníaco horário de verão no cinema, e fui ver o último filme do Bertolucci.

o filme conta a história de Lorenzo, de 14 anos, e que, como a maioria nessa idade, é todo arrogância e espinhas. além disso, ele é muito estranho, mimado e metódico.

Lorenzo resolveu pegar o dinheiro que pagaria à escola para passar uma semana esquiando, comprou comida (7 provisões iguais, este menino é virginiano) e começou a levar os seus víveres para o porão do prédio onde mora (onde quase ninguém vai, e que ele tirou uma cópia da chave).

para não ficar totalmente sozinho, ele levou uma colônia de formigas como companhia (nessa hora, sobe a trilha dos violinos do Chaves, com o tema de E O Vento Levou).

após um dia inteiro de sorridente solidão e de contraditória liberdade (enclausurado, mas sem limites e sem ordens), chega a sua meia irmã (filhos do mesmo pai), Olívia, como um furacão de vida naquele cubículo, e finalmente o filme começou, pra mim.

ela é fascinante, aos olhos dele e aos de quem a assiste: quase um caleidoscópio, feita de efêmeros cacos de vidro, que, a cada ângulo de luz, assume formatos avassaladores.

e é da relação deles (ambos escondidos, durante a semana sabática de Lorenzo) que o filme se desenvolve.

a trilha sonora é um personagem à parte, especialmente por Space Oddity: a original, do David Bowie, e a versão italiana de Mogol, de uma poesia de arrepiar (essa música mexe comigo de uma maneira que nem sei explicar... um dia ainda consigo colocar em palavras tudo o que ela me desperta...)!

outro ponto interessante a ser ressaltado, é que Bertolucci não se preocupou em explicar a razão de Lorenzo ser chatíssimo, e isso é maravilhoso! não há moralização do que se é ou do que se devia ser, há "apenas" o recorte daquele tempo compartilhado com a irmã, que talvez os marquem para sempre!

nem tudo precisa de explicação. nem sempre há algum segredo/trauma/motivo.

e há épocas em que estamos impróprios para o consumo humano. ponto final.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

C08 - Trapaça

sábado passado fugi pra assistir Trapaça, antes de voltar à rotina que eu deveria ter (mas que ainda mal comecei) de estudar para os concursos "em cartaz" até o final do primeiro semestre.

eu estava me remoendo de remorsos por estar fora da biblioteca naquele começo de tarde, mas, quando entrei na fila pra comprar o ingresso, reconheci a pessoa que estava na minha frente, no Casa Park.

pra algumas coisas, como diz a minha avó, eu sou muito "muderna", mas, pra outras, sou extremamente desconfiada... e se tem algo com o que eu tenho um receio monstruoso é de entrar em aplicativos ou salas de bate-papo, com o objetivo de conhecer pessoas!

sou old-fashioned nesse quesito, nunca prescindi de olho no olho, de "bater o santo" ao vivo, de ter alguém a quem eu possa referenciar a criatura que estou conhecendo... ser amigo dos meus amigos próximos é um excelente cartão de visitas (mas não se sustenta sem que a pessoa tenha alguma substância).

por isso, assumo que mordi a língua ("dicunforça") com o twitter. pode parecer óbvio para os usuários mais massivos, mas eu comecei a seguir algumas pessoas, conhecer o seu senso de humor e de escrita (e me encantar com a loucura alheia), e comecei a seguir alguns que os primeiros seguiam, por compatibilidade de gênios...

assim, não me lembro ao certo de como cheguei até o @philosopop, mas sei porque continuei: dono de um humor impecável e ferino (meu número!), analista de realities shows (não só as bagaceiras brasileiras) e de o que mais cair na sua mente/frente, tem o "agravante" de também morar em brasólia.

quando o vi, na fila do ingresso, nem titubeei em fazer o momento tiete e conversamos um tempo sobre a vida em brasólia, cinema, realities e afins, junto do também gente finíssima @danielcouri :)

o mais interessante disso tudo foi vivenciar a inversão da ordem padrão de se conhecer pessoas, e a compreensão de que, há muito, as redes sociais se tornaram um emaranhado de relações, interesses e possibilidades.

eles foram assistir a outra sessão e eu fui para a sala, ver o meu filme, ainda rindo por dentro, do que tinha acabado de acontecer...

como eu havia dito pra eles, estava curiosíssima para descobrir se o Christian Bale havia feito fono (ele mal abria a boca para falar, no Batman), e fui surpreendida (para o bem) com a sua atuação -- quem sabe, agora, eu consiga ver O Vencedor, que também é do David O. Russel, sem grandes preconceitos com o protagonista?

outro merecido destaque a ser feito é para Amy Adams, incrível, e que, junto do Christian Bale, conseguiram ofuscar Jennifer Lawrence e Bradley Cooper (também favoritos do diretor, atuaram juntos em O Lado Bom da Vida, rendendo a ela o Oscar de Melhor Atriz).

além da trilha sonora maravilhosa e do figurino impecável, preciso assumir a minha tendência a torcer pelos que vivem fora da moral: há quem viva sob regras e as siga à risca, mas há quem conviva com elas de forma fluida, percebendo os seus furos e se desgarrando da boiada.

por isso, amo tanto os vigaristas, os desajustados, aqueles que tinham tudo para serem uma mera carcaça, mas que, ao contrário, se rebelam!

mais do que apenas sobreviver, os que saem do roteiro verdadeiramente vivem!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

L04 - As Vantagens de ser Invisível

eu não sou uma pessoa boa. não mesmo. eu julgo, eu comparo, eu especulo, eu fecho gestalts... não sei se todo mundo é assim, mas a impressão que me passa é que as pessoas não costumam se assumir, ou tentam ser aquilo o que os outros querem que elas sejam.

geralmente, sucumbimos a isso na adolescência (querer não ser, independente do que se sinta, também é dar satisfação da sua vida para os outros), mas há pessoas que são assim pra sempre: passam tanto tempo tentando agradar aos outros que se põem em último lugar.

esse prelúdio foi um pouco para falar que nunca presenciei ninguém se expressar tão crua e despidamente como nas cartas de Charlie (pseudônimo), o protagonista desta história. o livro é todo contado por meio dos relatos dele para alguém que ele não conhece e que não tem o seu endereço, para responder de volta.

Charlie tem 15 anos e está passando por uma fase realmente difícil: vai começar o ensino médio, o irmão mais velho está indo embora, o melhor amigo dele se matou no verão anterior e ele não sabe muito bem como lidar com tudo sozinho.

mas quem sabe? quem tem as respostas, com essa idade?

olhando pra trás, acho que o ano em que fiz 15 foi um dos piores da minha vida... nossa, como eu era babaca (mais do que sou hoje, acreditem!)! eu era blasée, não sabia como me comportar no mundo novo que estava acontecendo, extremamente impaciente e autocentrada, e tinha muita raiva dos modelos prêt-à-porter que eram considerados válidos nos círculos sociais onde andava.

por um tempo, juro, eu quis caber naquilo tudo. até perder a paciência e ligar o foda-se!

no final deste ano, eu tinha conseguido a proeza de ter ficado em recuperação em todas as matérias, exceto inglês. e a que quase me reprovou foi literatura... mas esses tenebrosos meses me prepararam para o que sou hoje e, já indo para os 16 (amém!), comecei o meu relacionamento mais duradouro e gratificante: com os livros.

tive um professor maravilhoso, assumidamente gay (coisa rara, nos early 90's), que chegou quebrando com os paradigmas sacais de ler por obrigação. na sua primeira aula, foi o único que não falou de vestibular ou de obrigações de provas. ele contou, com os olhos brilhando, os livros que mais o tinham marcado na vida, e começou a citar as partes mais interessantes deles.

dos 3 que mais me marcaram da lista pessoal do professor, tinha um na estante de casa: O Perfume, de Patrick Süskind. resolvi pegá-lo numa tarde, mas quem me pegou, de fato, foi ele. demorei 2 semanas para terminá-lo, pois lia devagar e me deliciava com a loucura carente e megalomaníaca de Grenouille.

dali em diante, comecei a ler tudo o que me parecesse diferente (inclusive grandes clássicos, que não são clássicos por acaso). nisso, Charlie e eu nos aproximamos. ele devorava os livros que Bill, seu professor, indicava, além da lista obrigatória.

Charlie é apenas 2 anos mais velho que eu, e suas referências comportamentais, musicais e de tv me são muito fortes e significativas (talvez por isso, tenha devorado a sua história em menos de 24 horas).

a geração de hoje não tem como valorizar uma fita de músicas favoritas, por exemplo. o trabalho que dava pra fazer isso e a satisfação ao ter quase uma obra de arte personalizada nas mãos... mixtapes eram tão pessoais que algumas minhas nunca foram emprestadas ou ouvidas por ninguém, além de mim.

se eu conhecesse Charlie, teria uma relação extrema com ele: ou o adoraria ou o odiaria, mas, por mais que ele, em alguns momentos, se torne/ache invisível, ele não me passaria despercebido.

porém, como eu disse no começo desse texto, eu o julgaria. muito. porque ele é ainda mais complexo e atarantado do que se é, aos 15.

Charlie não é linear (não acho que ninguém o seja), e o melhor: não tenta sê-lo. ele se afunda no seu emaranhado de ideias, ora desatento, ora vendo o que ninguém vê. acredito que talvez essa loucura, às vezes canalizada, nos atrairia.

como imagino estar claro, gostei muito do livro, especialmente por conta da visão de mundo do protagonista (que lembra muito um grande amigo meu, o João Vilnei), e estou francamente curiosa para ver a sua adaptação para o cinema. nesse final de semana, se a minha agenda deixar, tentarei vê-lo.

UPDATE

vi o filme no dia seguinte (8 de fevereiro). mesmo com o elenco excepcional (Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller), o livro ainda foi infinitamente melhor do que a adaptação para o cinema.

talvez pela delicadeza do tema, no filme tudo fica mais raso...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

L03 - O Chamado do Cuco

ontem terminei o 1º livro que eu escolhi para ler este ano -- os do Almodóvar pularam na minha cabeça e eles não foram escolha, foram prioridade!

entre os muitos títulos (que comprei ou baixei nos últimos tempos) e que me lançam olhadas with lasers por eu não lhes dar a atenção devida, este livro me ganhou por um motivo muito simples (não, não foi apenas porque a J. K. Rowling o escreveu e eu estava curiosa): quando baixei o arquivo para o meu kobo, seu nome de guerra ficou ochamadodocu.epub -- como não atender prontamente a este chamado? :P

claro que o meu primeiro trabalho foi descobrir o que significava o pseudônimo de titia Joanne, que é chegada numas mensagens subliminares (e que depois faz esquema com multinacionais pra enlouquecer os fãs!)...

[miniflashback slash devaneio]
na época em que o finado orkut borbulhava de teorias da conspiração pós-morte de Sirius Black e aguardando furiosamente o lançamento do 6º livro com uma foto do Serginho Mallandro dizendo que tinha sido pegadinha, o povo se pegava em qualquer coisa para justificar furos na história.

então, poucas semanas antes de sair o Half-Blood Prince, ocorreu o "efeito mcdonalds": a rede de fastfood lançou uma campanha de significados de nomes nos protetores de bandeja e, no meio de 357 nomes, apareceu Hermione, cujo significado é aquela que guarda um segredo.

ficaram tão surtados achando que ela saberia que Sirius não havia morrido que se esqueceram de que, no 3º livro, há um capítulo chamado O Segredo de Hermione e que todos (eu disse TODOS) os nomes da série foram escolhidos pelo seu significado.

mas a maior teoria da conspiração foi o fato de essa campanha, que trazia, na sua maioria, nomes comuns, ter trazido um nome tão emblemático para os fãs da série. #JKRowlingMente
[/miniflasback slash devaneio]

voltando à vaca fria, me senti jogando Torto (Revista Coquetel) para descobrir que mensagem titia queria deixar para os seus fãs, e fiquei muito surpresa (mentira! fiquei #chatiada por não ser I am Lord Voldemort) por ter achado um anagrama artístico e até concordar com ela :P

mesmo com erro de concordância, tá?
saindo das subliminaridades, vou ao enredo. o livro é um romance policial, que começa com uma supermodelo que tinha problemas com drogas e que "caiu" da sacada do seu apartamento para a morte. a polícia arquivou o caso dizendo que havia sido suicídio, mas o irmão da vítima não se conformou com isso e resolveu contratar um detetive com sérios problemas financeiros (e pessoais), que havia sido amigo do seu também falecido irmão, na adolescência.

admito que tive medo, muito medo. não da história em si, mas de que titia surtasse ou tomasse as bolas que algumas vezes Agatha Christie era chegada, para fazer uma história cheia de pontas soltas e depois o assassino ser o cara que tava atrás do coqueiro e que nunca tinha aparecido na história (uso indiscriminado de Deus ex Machina).

pequeno adendo: preciso aqui defender o fenomenal O Caso dos 10 Negrinhos (Agatha Christie), pois não entra na lista de livros dadaístas de crimes.

obviamente, a história é muito bem escrita, muito bem amarrada, mas não teve o pleonástico encanto da sua saga anterior... é uma escrita mais adulta (claro!), e tem bastante potencial  (há indícios óbvios de que Cormoran Strike voltará a solucionar mistérios).

aprendi até uma palavra nova (no estilo nunca te vi, sempre te pratiquei amei): Diatribe (s.f. Crítica severa e mordaz; escrito ou discurso agressivo e injurioso) :)

nem sei se ela está escrevendo um próximo, mas, caso afimativo, espero que o nome fique tão excelente quanto esse, quando for reduzido a 12 caracteres :P

p.s. a melhor aquisição que já fiz nos últimos tempos foi o meu kobo! adoro o cheiro de livro novo, mas poder ler muito tempo deitada sem ter que segurar muito peso e poder desligar a luz do quarto e ler só com a luz do reader me ganhou para sempre! ♥